Embaixada brasileira buscará novos negócios com a Dinamarca
Tem empresa de tecnologia, de operação de portos e até de produção de insulina. São mais de 100 companhias dinamarquesas que operam no Brasil atualmente. E há potencial para aumentar esses investimentos. O embaixador do Brasil na Dinamarca, Carlos Paranhos, garantiu que vai ampliar o diálogo e a negociação com os dinamarqueses para que esses negócios sejam incrementados, o que pode beneficiar Florianópolis e Santa Catarina.
A afirmação foi dada durante um encontro com a Missão Catarinense na sede da Embaixada, no Centro de Copenhague. “A Embaixada abrirá canais em diferentes áreas, no turismo, planejamento urbano, valorização de áreas degradadas, tecnologia, e vamos trabalhar nesse sentido”, afirmou Paranhos.
Um desses canais já foi efetivado, com uma reunião entre o ministro do Turismo, Vinícius Lummertz e empresários locais para tentar atrair investimentos em Santa Catarina.

A agenda da missão incluiu uma palestra com o arquiteto Jan Gehl. Aos 81 anos, Gehl é considerado referência mundial em urbanismo para pessoas. Ele, que escreveu o livro “Cidades para as pessoas”, atuou em cidades como Copenhague, Moscou e Melbourne e garante que o modelo garante habitantes mais felizes, engajados e saudáveis. O resultado é uma cidade mais feliz.
O poder público, em Copenhague, entra no processo como regulamentador do que pode ou não pode ser feito na cidade, antes de os investidores começarem a construir os empreendimentos. A arquiteta Tina Saaby, chefe do setor na capital dinamarquesa, afirma que “o envolvimento político é muito importante para transformar as cidades, inclusive a longo prazo, para criar visões que possam durar longos períodos. E isso estamos debatendo em Copenhague”.
Embratur apresenta o Brasil a operadores dinamarqueses
O encontro também contou com a presença do ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, e operadores turísticos dinamarqueses. A ideia foi apresentar o potencial turístico de Santa Catarina e do Brasil, e atrair turistas do país nórdico, que ainda não vêm em grande quantidade para o país. Em 2017, 18 mil brasileiros visitaram a Dinamarca, segundo a Embaixada Brasileira no país.
Para este incremento, desafios precisam ser superados. A ausência de linhas aéreas diretas da Dinamarca para o Brasil, é um deles. É preciso também ampliar a promoção do Brasil no país nórdico. “Primeiro é preciso conhecer mais o país e as oportunidades que temos lá. Hoje sabemos do Rio de Janeiro, do Carnaval, da Amazônia. Há muito mais para conhecer sobre o Brasil. Fazer com que as pessoas conheçam isso e todas as possibilidades farão com que mais gente vá ao país”, afirma Christian Tange, proprietário de agência de viagem em Copenhague.
Operador turístico, Christian Paulicke afirmou que a reunião foi produtiva. “É uma forma de vocês conhecerem nossas demandas, o que nossos clientes precisam e pensar uma forma de como viajarmos para o Brasil”, ressaltou. Para o assessor de Gestão Estratégica da Embratur, Rafael Felismino, o encontro ressaltou a importância turística da Dinamarca e dos demais países da Escandinávia (Suécia, Noruega e Finlândia) para o Brasil, conhecer as necessidades dos turistas destas nações e oferecer experiências cada vez mais interessantes para este público.
Diário de Bordo, por Rodrigo Cardozo
Antigo e moderno: simbiose perfeita
Parque Tívoli. Passear pelas ruas de Copenhague é sempre um espetáculo à parte. Após o encontro no escritório de arquitetura de Jan Gehl, a comitiva catarinense foi a pé para os hotéis. Momento para aproveitar o caminho e contemplar um pouco de uma cidade tão cheia de história. Afinal, são quase 900 anos de existência. O antigo e o moderno formam uma simbiose perfeita por aqui. Bem perto da sede da Embaixada Brasileira fica o Parque Tívoli. É nada mais e nada menos do que o mais antigo do mundo, construído em 1843. Além de brinquedos para a criançada, o parque também tem uma área verde, que é um convite para famílias relaxarem e se divertirem.
Foco nas pessoas. Caminhando pela cidade, em outro ponto, é possível ver, ao lado de lojas de marcas famosas, grifes consagradas dos mais diversos setores, o edifício Rådhus, sede da prefeitura da cidade, com a estátua dourada do bispo Absalon, fundador de Copenhague. Nas ruas onde apenas a circulação de pedestres é permitida, o agito de um dia de semana. Gente para todos os lados. Um formigueiro humano característico de uma metrópole focada nas pessoas.
Etnias. Aqui é possível ver outro tipo de contraste, fácil de presenciar nas ruas da capital dinamarquesa: o das etnias. Turistas vêm de todos os lugares. Grupos de chineses aparecem aos montes, ao lado de turistas europeus, americanos. Os muçulmanos também são frequentemente vistos por aqui, com todo o estilo cultural peculiar que caracteriza esta comunidade. E a Dinamarca abraça as diferentes etnias de uma forma muito especial. Bom para o mundo!