Ame-o ou deixe-o: prestes a completar um ano no Figueirense, Milton Cruz faz história
A virada do mês de agosto e o fim do primeiro turno têm um significado importante no Figueirense. Mais precisamente, para o técnico Milton Cruz. Apesar do resultado insípido diante do CRB, na noite da última terça-feira (31) [empate por 0 a 0] e o consequente término da participação alvinegra na primeira metade da Série B 2018, na quarta-feira (8) que vem o paulista e ex-jogador completa um ano a frente da equipe.
O futebol brasileiro, em constante metamorfose, exige celeridade. Seja de resultados, de eficiência, desempenho e até retorno. O técnico de um time de futebol do país personifica esse conceito e acaba se tornando uma espécie de para-raio. É o típico ame-o ou deixe-o. Milton Cruz, dessa forma, não poderia ser diferente: é o “8 ou 80”.
Há quase um ano o técnico era anunciado como uma espécie de “salvador da pátria” e então futuro responsável dentro de um projeto de reconstrução – e transformação – da equipe em campo e do clube como uma empresa.
Idolatrado ou questionado, a verdade é que ele salvou o clube. Pegou a equipe afundada no Z4 da Série B 2017, na 17ª posição, acertou o grupo e terminou a competição em 12º, com 48 pontos. Em 2018 ainda veio o título catarinense, uma queda digna na Copa do Brasil e a disputa, bem ou mal, no pelotão da frente da edição atual da Segundona – é quarto, com 29 pontos.

Segundo dados colhidos junto ao Memorial do Figueirense, o comandante acumula 59% de aproveitamento a frente do Furacão. Foram 61 jogos, 30 vitórias, 18 empates e 13 derrotas.
Agosto, dessa maneira, reserva o primeiro ano completo a frente do clube; o início do returno e mais um clássico na história diante do Avaí. Até onde a temporada, a tolerância e o imediatismo do futebol brasileiro vão permitir o técnico Milton Cruz na casamata alvinegra? Façam suas apostas.
O mais longevo desde Argel Fucks
Os torcedores do Figueirense, mesmo os mais fanáticos, necessitam de um forte exame de consciência para lembrar o último treinador que ficou tanto tempo à frente do clube. O gaúcho Argel Fucks, na sua penúltima passagem, permaneceu um ano e 20 dias no comando do time entre 2014 e 2015, antes de ser contratado pelo Internacional (RS).
Ainda de acordo com informações colhidas junto ao Memorial do Alvinegro, Argel soma 91 jogos – em três passagens – como treinador do clube.
Já diria o ditado que “o futuro a Deus pertence”. Se Milton Cruz, que completou 61 anos de vida ontem, terminar a Série B 2018, entrará para a lista dos 15 profissionais que mais comandaram o clube. Atualmente com 61, pode chegar a 80 jogos.
Ficha
Nome: Milton Cruz
Data de Nascimento: 01/08/1957 (61 anos)
Naturalidade: Cubatão (SP)
Desempenho no Figueirense: 59%
61 jogos, 30 vitórias, 18 empates e 13 derrotas; 79 gols-pró e 61 gols contra
Treinadores alvinegros
Na história quase centenária do Furacão do Estreito, nada mais natural que centenas de profissionais tenham dirigido a equipe.
Ainda segundo os dados do Memorial, a lista traz Lauro José Búrigo como o recordista absoluto, com 373 jogos. Jorge Ferreira, bem abaixo, é o segundo com 220 e Nelson Garcia fecha o pódio com 131.
LAURO JOSÉ BÚRIGO (Lauro Búrigo)
Ano – 1974/1975/1976/1978/1980/1984/1988/1989/1992/1993/1996/1997
Nº Jogos = 373
Vitórias = 165
Empates = 110
Derrotas = 98
Índice de Aproveitamento = 54,1%
JORGE FERREIRA (Jorge Ferreira)
Ano – 1972/1973/1979/1980/1986
Nº Jogos = 220
Vitórias = 88
Empates = 72
Derrotas = 60
Índice de Aproveitamento = 50,9%
NELSON GARCIA (Nelson Garcia)
Ano – 1953/1954/1955/1956/1957/1958/1959/1960/1967
Nº Jogos = 131
Vitórias = 59
Empates = 35
Derrotas = 37
Índice de Aproveitamento = 53,9%
ABEL DE SOUZA RIBEIRO (Abel Ribeiro)
Ano – 1995/1999/2000/2012
Nº Jogos = 120
Vitórias = 61
Empates = 33
Derrotas = 26
Índice de Aproveitamento = 60,0%
CARLOS DANTAS (Carlos Dantas)
Ano – 1950/1951/1952/1953
Nº Jogos = 98
Vitórias = 55
Empates = 20
Derrotas = 23
Índice de Aproveitamento = 62,9%